Entrevista com o pré-candidato Jofran Frejat

Jofran Frejat implantará universidade no Centro

Administrativo de Taguatinga

 

Pré-candidato ao Palácio do Buriti nas eleições de 2018, o médico

Jofran Frejat (PR), cumpre uma agenda apertada de contatos e

eventos externos, diariamente, mas deu uma parada para conversar

com a jornalista de blogs e jornais comunitários Zuleika Lopes a

respeito de sua pretensão em governar o Distrito Federal e rebate

as ilações de seus concorrentes de que sua idade avançada seria

um empecilho para governar por quatro anos. Saúde, mobilidade e

educação são seus grandes temas.

Zuleika Lopes – Gostaria de saber sua opinião sobre a

Interbairros, já rebatizada de Transbrasília?

 Frejat – Para chegar ao Plano Piloto é muito importante e está no meu plano de governo. Não se aguenta mais tantas dificuldades de ir e vir. Tanto para se locomover quanto para estacionar, mas estamos

planejando outras formas de desafogar o trânsito com novas

alternativas para os transporte coletivo, como o Veículos Leves sob

Trilhos, o VLT. Estamos conversando com o candidato a

governador por Goiás, nosso estado vizinho, o Ronaldo Caiado, no

sentido de melhorar as condições de quem mora no Entorno Sul e

trabalha  no Distrito Federal. Um transporte de Luziânia de trem

até Brasília. Temos uma proposta pronta.

Do Núcleo Bandeirante ainda viria até o Guará. Porque no Guará

existe uma estação de metrô onde a pessoa desce do trem, entra

no metrô ou em um ônibus e se desloca para qualquer lugar que

desejar. Ronaldo Caiado ficou encantado com o projeto quando

fomos na Agencia Nacional de Transportes Terrestres, a ANTT, e

colocamos no vídeo para todos os técnicos verem. Eu e Caiado,

somos dois pré-candidatos ao governo de estados vizinhos que

temos uma grande similaridade na trajetória de vida: somos

médicos. E, por força da profissão, escutamos as pessoas com

atenção. Na Europa e no Japão já existem trens de várias

qualificações. Nosso pessoal está trabalhando neste sentido da

nossa mobilidade. Falamos também sobre Corumbá IV.

Zuleika Na sua opinião é possível a construção de um hospital no

Guará? O deputado Rodrigo Delmasso está tentando.

 Frejat  – Nós vamos ter que reformular todo nosso trabalho. O Guará cabe um hospital perfeitamente. Pegar uma área e construir um hospital que atenderia toda a região em volta como Candangolãndia, Núcleo Bandeirante, até o Riacho Fundo. E vamos construir mais hospital em outras regiões como a Ceilândia. Não

tem como aquela cidade daquele tamanho ficar com um hospital só.

Fiquei muito preocupado ao saber que o Hospital de Base que era

líder no transplante renal em todo país foi descredenciado. Estão

descontruindo tudo. Uma lástima. Uma tristeza. Éramos referência

nacional. Uma luta para conseguir. À saúde pública todos tinham

acesso. Meus filhos todos nasceram na L2, hoje HMIB. Antigamente

as pessoas saíam do Entorno de Brasília para se tratarem aqui.

Hoje o caminho é inverso. A população do DF  está correndo para Goiás em busca de melhor atendimento. É coisa de doido. Somos a

capital do País. Modelo para ser exemplo. Não podemos sair disso.

 Zuleika – O que te impulsiona a ser pré-candidato a governador?

 Frejat – Eu não tinha mais nenhuma pretensão. Mas meu nome tem

um recall bom junto à população e tenho a ficha limpa. Já prestei

um bom trabalho à comunidade da saúde pública. Creio que posso

fazer um bom governo.

Zuleika – Qual sua mensagem para quem está decepcionado com a

política. A mudança deve ser comportamental do eleitor?

 Frejat – Você tocou num ponto fundamental. Já estamos

acostumados com este comportamento de que só voto se ganhar

alguma coisa. Se levar vantagem. É um tremendo erro. Não é que

um político se torne um bandido. As pessoas acabam votando em

pessoas que se dizem políticos, mas que já são bandidos. E vão

parar no parlamento. Precisamos ter um cuidado muito grande.

Ao votarmos, estamos dando uma procuração em branco para que

esse político nos represente em decisões muito importantes. Temos

que escolher pessoas que tenham compromisso com a população.

Se você trocar seu voto por um café da manhã, foi sua escolha.

Depois não adianta reclamar. O toma lá dá cá é uma política

malfeita. Vamos ter um pouco mais de cuidado. Estão desmoralizando

os políticos no país inteiro.

Zuleika – Você acredita que conseguirá reverter o desânimo dos

eleitores com a política?

Frejat – Eu acho que é um grande equívoco as pessoas dizerem que não vão votar. Que não querem mais votar. Que se cansaram de votar. Errado. É um erro. Quando o bem se afasta, o mal entra. E

acabamos por colocar pessoas que não possuem nenhum

compromisso com a população. E nada muda. O político é mais ou

menos como um médico. Você tem que saber qual é o problema da

pessoa, qual sua dificuldade e sofrimento para poder fazer o

diagnóstico e tratar. Este é um elemento fundamental e é um

compromisso que eu tento. Até porque eu sou médico. Só sei fazer

deste jeito.

Zuleika Como você rebate os opositores da sua pré-candidatura que dizem que sua idade não é a ideal para governar o DF?

 Frejat – Eu gostaria de saber o porquê. Eu não tenho nada. Não sofro

de nenhuma doença. Tem uma coisa curiosa. Quando o Arraes fez

80 anos de idade e foi se candidatar a governador novamente em

Pernambuco, as pessoas perguntaram se ele não se achava velho.

Ele respondeu que não sabia. Que ia perguntar para a mãe dele.

Então eu vou aproveitar esta oportunidade que você está me dando

e perguntar para meu irmão que tem 94 anos e mora no Rio de

Janeiro. Foi duas vezes deputado federal e em 2018 está pré-

candidato a deputado estadual. Isto é uma bobagem. Nero colocou

fogo em Roma com 30 anos. E Churchill foi herói da Segunda

Guerra aos 80 anos. A experiência é muito importante, fundamental.

Minha cabeça está ótima. Tem muito jovem que não faz o que faço.

Zuleika E as alianças políticas?

 Frejat – Conversando, conversando sempre. Queremos unir pessoas

que tenham compromisso com Brasília Não devíamos estar

passando por isto. Só não vou transformar minhas atitudes em

balcão de negócios. De maneira alguma. Não me canso de

conversar.

Zuleika – A saúde é o seu maior desafio se for eleito para o Palácio do Buriti?

Frejat – É um deles. O desemprego é também. Mas sem saúde a

pessoa não consegue emprego. Estamos com quase 400 mil

desempregados numa população de três milhões de habitantes.

Esta meninada de 18 a 20 anos não consegue fazer um curso

universitário por não ter condições de pagar. Estes jovens precisam

ter uma oportunidade. O Centro Administrativo lá de Taguatinga

será uma excelente universidade para quem precisa. Perto do

metrô e das cidades com mais desempregados como Ceilândia,

Taguatinga, Samambaia, Recanto das Emas, Riacho Fundo e

Brazlândia. Faculdades de Direito, engenharia e outras. É minha

pretensão dar esta utilização para aquele local construído e

desocupado.