No país, o afogamento é a segunda causa de morte entre crianças de um a nove anos de idade, segundo a Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa). Mas com simples noções de prevenção e primeiros socorros, ensinada pelo Corpo de Bombeiros Militar, é possível evitar acidentes.
O tenente Pérsio Moreira, do Grupamento de Busca e Salvamento, explica que ao se aproximar de uma pessoa em situação de afogamento, o socorrista deve estar a um braço de distância, afundar na água e segurar a pessoa por trás, para não ser puxado pela vítima durante o desespero.
“Com o mergulho por baixo, chamado canivete, se faz uma pegada na vítima pelo ombro-axila, para evitar que no desespero o socorrista seja puxado para o fundo. A partir disso, se faz o chamado “nado reboque”, que mantém a cabeça da vítima fora da água, até levar a margem”, detalhou Moreira.
Depois, é preciso verificar a pulsação, respiração e os batimentos cardíacos da vítima. Moreira destaca também a importância de ver a quantidade de espuma na boca e nariz. “A pessoa aspira muita água e acaba gerando essa espuma. Mas depois disso, se analisa os graus de afogamento dela”, comentou o tenente do Grupamento de Busca e Salvamento.
Caso a pessoa esteja inconsciente, deve-se começar o boca a boca e a massagem cardíaca. O recomendado é realizar até 100 compreensões por minuto, manter os braços firmes no peito, com as palmas das mãos sobre o peito da vítima. “Contudo, a massagem só deve ser feita nos casos graves”, apontou Moreira.
AFOGAMENTOS – No Distrito Federal, de janeiro a novembro de 2013, o Grupamento de Busca e Salvamento do Corpo de Bombeiros atendeu a 58 afogamentos, sendo que fevereiro foi o mês de maior índice, com nove vítimas. Em 2012, foram registrados 53 casos em várias regiões do DF.
No país, os afogamentos em piscinas representam 53% de todos os casos de afogamento entre crianças, na faixa etária de um a nove anos. Mais de 90% dos óbitos desse tipo ocorrerem em água doce (piscinas, parques aquáticos, represas e rios).
Dessa forma, a prevenção ainda é a melhor forma de evitar qualquer forma de afogamento. De acordo com a Sobrasa, com apenas cinco atitudes é possível aumentar em 95% a segurança nas piscinas residenciais, de clubes, hotéis, academias e condomínios. Confira os itens aqui.
RESIDÊNCIA – No período de férias escolares, as crianças permanecem mais tempo em casa. Por isso, é necessária uma atenção maior por parte dos pais, com cuidados que podem fazer toda a diferença na segurança dos pequenos.
Na época de calor, é fundamental restringir a entrada das piscinas residenciais com o uso de grades ou cercas, a uma altura que impeça crianças de entrarem no recinto da piscina sem um adulto.
“É recomendado também que as piscinas tenham, no mínimo, dois drenos (ralos anti-sucção), com velocidade máxima de 0,6 metros por segundo. A manutenção constante deles também é essencial, para evitar cortes nas pessoas”, lembrou o tenente Pérsio.
Ainda assim, o ambiente campeão em número de acidentes é a cozinha. A atenção deve ser maior com panelas no fogão, objetos cortantes, equipamentos elétricos e botijão de gás.
Remédios, detergentes, venenos para roedores, pesticidas e produtos de limpeza devem ser guardados tampados e em locais fechados. Também não se deve utilizar garrafas PET para colocar detergente, pois a cor colorida dos produtos atrai a atenção das crianças.
Também é necessário ter cuidado com a fiação elétrica da casa, verificar se há algum fio desencapado, com as tomadas sempre protegidas.
O banheiro é outro local que requer atenção, pois durante o banho podem ocorrer muitas quedas. A dica do Corpo de Bombeiros é sempre colocar tapetes antiderrapantes. Além disso, os pais devem orientar seus filhos a não subirem no vaso sanitário.
Em caso de acidentes e urgências, deve-se ligar para o telefone 193, do Corpo de Bombeiros. Ao ser atendido, identifique-se, forneça o número de onde está falando e informe endereço com ponto de referência. Explique o que aconteceu e aguarde as orientações.
Fonte: Agência Brasília