“Vão morrer” afirma chefe da neurocirurgia do HBDF ao se referir a três pacientes, por falta de válvula VDE

Na denúncia recebida por Política Distrital (PD), a publicação do neurocirurgião, que teve o nome preservado, destaca três pacientes condenados a morte por falta de uma válvula de descompressão no cérebro, a Derivação Ventricular Externa (DVE),

Um print de uma tela com a listagem de nomes de quatro pacientes internados durante o plantão noturno deste sábado (9/Set). Em três deles, constam os nomes de Felix Valois de Carvalho Dias, Eneas Alves de Almeida e Maria Diva Ferreira da Silva com 66, 39 e 81 anos respectivamente, sinalizados com o texto “Vão morrer”. Todos por falta da válvula de DVE. O neurocirurgião explicou que, desde 21 de agosto o HBDF está sem DVEs. E que o hospital conseguiu três unidades, emprestados.

Porém, o chefe da neurocirurgia fez uma alerta que dá dimensão do descaso por parte da Secretaria de Estado de Saúde do DF (SES-DF) ao revelar que o HBDF tem uma demanda mensal com cerca de 50 DVEs e, por falta das válvulas,  as mortes no hospital são inevitáveis.

“Desde o dia 21/08 estamos sem DVEs (foram conseguidas somente 3 doações já utilizadas com a ajuda de todos). Mas tragicamente, como já avisado, como fazemos até 2 procedimentos deste por dia (quase 50 por mês), a mortes serão inevitáveis já que a grande maioria dos procedimentos são de urgência devido à hidrocefalia aguda. Como já oficializado. Trágico, muito trágico.”, afirmou o chefe da neurocirurgia do HBDF.

O neurocirurgião chegou a observar que a resolução do problema depende de “hierarquias superiores” e enfatizou ainda ao agradecer o esforço de colegas em tentar obter DVEs por meio de doações, um provável caso trágico.

A outra parte

PD entrou em contato com a SES-DF para obter informações sobre a falta de DVEs no HBDF, porém, até  o momento da publicação da matéria, a secretaria de Saúde não se manifestou sobre o caso.

Mortes evitáveis

O presidente do Sindicato dos Médicos do DF (SINDMÉDICO-DF), Gutemberg Fialho denunciou no início de 2016, o aumento de 15,24% de óbitos passíveis de serem evitados. O sindicalista apresentou dados do relatório do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) que apontou o registro de aumento de 874 mortes ocorridas em hospitais entre os meses de outubro de 2015 e setembro daquele ano, com salto de 5.734 para 6.608 casos, aumento recorde desde 2006.

Fonte: Política Distrital